terça-feira, 13 de novembro de 2012

"As riquezas pintam o homem, e com as suas cores cobrem e escondem não apenas os defeitos do corpo, mas também os da alma."

Reportagem




O Simbolismo foi uma escola literária do fim do século XIX, surgida na França como reação ao Realismo e, sobretudo, ao Parnasianismo. Essa escola caracterizou-se por apresentar uma visão subjetiva, simbólica e espiritual do mundo.

A primeira obra simbolista foi “As Flores do Mal”, de Charles Baudelaire, datada de 1857. No entanto, o termo Simbolismo foi usado pela primeira vez somente em 1886, por Jean Moréas, que divulgou um manifesto no qual afirmava que simbolismo era o único termo capaz de designar as tendências artísticas da época.

Contexto histórico:

O Simbolismo na Europa
O Simbolismo representou, na Europa, a estética literária do final do século XIX, que foi contra as propostas do Realismo, que valorizava o material e o objetivo. O Simbolismo é oposição vigorosa ao triunfo de coisa e de fatos sobre o sujeito.

O Simbolismo no Brasil
No Brasil, o Simbolismo começou em 1893, com a publicação de dois livros: Missal (prosa) e Broquéis (poesia), ambos de Cruz e Sousa. Estendeu-se até o ano de 1922, data da Semana de Arte Moderna. Diferente do que aconteceu na França, onde o Simbolismo sobrepôs-se ao Realismo e ao Parnasianismo, no Brasil o Simbolismo foi quase inteiramente abafado por esses movimentos, que tiveram muito prestígio entre as camadas cultas do país.

Na realidade, no final do século XIX e início do século XX, três tendências caminhavam paralelas: o Realismo em suas manifestações (romance realista, romance naturalista e poesia parnasiana); o Simbolismo, situado à margem da literatura acadêmica da época; e o Pré Modernismo, com o aparecimento de alguns autores preocupados em denunciar a realidade brasileira, como Euclides da Cunha, Lima Barreto e Monteiro Lobato, entre outros.

O movimento simbolista chegou ao seu fim com a Semana de Arte Moderna, que neutralizou todas essas estéticas e traçou novos e definitivos rumos para a literatura brasileira.

O Simbolismo no Brasil teve um caráter poético. A prosa praticamente não existiu, uma vez que, quando houve prosa, ela foi poesia em prosa e pode ser encontrada na obra de Cruz e Sousa. Os principais autores dessa escola no país foram: Cruz e Sousa, representante máximo da estética simbolista brasileira, Alphonsus de Guimaraens, e Pedro Kilkerry.

Momento histórico
O Simbolismo refletiu um momento histórico extremamente complexo, que marcou a transição para o século XX e a definição de um novo mundo, o qual se consolidou a partir da segunda década deste século; basta lembrar que as últimas manifestações simbolistas e as primeiras produções modernistas são contemporâneas da Primeira Guerra Mundial e da Revolução Russa.

As correntes materialistas e racionalistas da segunda metade do século XIX não mais respondiam às exigências de uma nova realidade, já que o processo burguês industrial evoluía a passos largos, gerando até mesmo a luta das grandes potências pelos mercados consumidores e fornecedores de matéria prima.

A unificação da Alemanha (1870) e da Itália (1871) alavancou o processo de industrialização desses países (chamados países de capitalismo tardio) e os colocou na disputa por novos mercados. Por esses motivos, fragmentou-se a África e ampliaram-se as influências sobre os territórios asiáticos; desenvolveu-se, assim, a política do neocolonianismo e tomou corpo o fantasma de uma guerra envolvendo os países europeus.

Sempre que se torna difícil analisar o mundo exterior e entendê-lo racionalmente, a tendência natural é negá-lo, voltando-se para uma realidade subjetiva. As tendências espiritualistas renasceram. O subconsciente e o inconsciente foram valorizados, segundo a lição freudiana. O crítico Henri Peyre, em seu livro A Literatura Simbolista afirma:
“A literatura simbolista dos dois últimos decênios do século XIX prezou tudo o que era langor, cansaço de viver, isolamento de um público eu ela queria manter afastado de seus arcanos, oposição à civilização tecnológica acusada de materialista.”



Artes Plásticas
Para os simbolistas a arte deveria ser uma síntese entre a percepção dos sentidos e a reflexão intelectual. Buscaram revelar o outro lado da mera aparência do real. Em muitas obras enfatizaram a pureza e a espiritualidade dos personagens.  Em outras, a perversão e a maldade do mundo. A atração pela ingenuidade fez com que vários artistas se interessassem pelo primitivismo. O artista mais significativo foi o francês Paul Gauguin, que começou a pintar influenciado pelo Pós Impressionismo. Em suas telas, abandonou a perspectiva e delineou as figuras utilizando contornos pretos. As cenas evocavam temas religiosos e mágicos, como em Cristo Amarelo. Também destacaram-se os franceses Gustave Moreau (1826-1898) e Odilon Redon (1840-1916).

Notícias



Características do Simbolismo
Literatura:
- Preocupação formal que se revelou na busca de palavras de grande valor conotativo e ricas em sugestões sensoriais; o Simbolismo não pretendia descrever a realidade, mas sugeri-la;
- poesias carregadas de musicalidade;
-  a poesia foi encarada como forma de evocação de sentimentos e emoções;
- frequentes alusões a elementos evocadores de rituais religiosos;
- preferência por temas subjetivos que tratem da morte, do destino, de Deus etc.;
- enfoque espiritualista da mulher, envolvendo-a num clima de sonho onde predomina o vago, o impreciso e o etéreo.

Curiosidades




Principais autores: - Alphonsus Guimaraens
- Emiliano Perneta
- Cruz e Sousa
- Pedro Kilkerry

Simbolismo é um estilo literário que surgiu na França, no final do século XIX, como oposição ao Realismo e ao Naturalismo. Pintores, autores teatrais e escritores, influenciados pelo misticismo advindo do grande intercâmbio com as artes, pensamentos e religiões orientais – procuravam refletir em suas produções a consonância a estes valores estéticos então vigentes. 

Na literatura o movimento é de retomada de alguns ideais do
Romantismo, bem como de oposição ao Parnasianismo, Naturalismo, correntes literárias apreciadas pela elite social. Apesar disso, conserva algumas peculiaridades parnasianas, como a estrutura dos versos, o vasto uso do soneto, e a preciosidade no vocabulário. Sua poesia, no entanto, vai mais além. Há a constante busca de uma linguagem mais rica, repleta de novas palavras, com o emprego de novos ritmos que associem de forma harmoniosa a poesia à música, explorando muito o uso da sinestesia, das aliterações, ecos e assonâncias.

O poeta simbolista não quer somente cantar e evocar suas emoções. Ele quer trazê-las de uma forma mais palpável para o texto, para que possam ser sentidas em sua plenitude. Por isso, o uso da sinestesia, isto é, a associação de impressões sensoriais distintas, é amplo. Há também a forte ligação com as cores, ressaltando as sensações que provocam no espírito humano. A cor branca é sempre a mais presente e já sugere, entre outras coisas, a pureza, ou o opaco, indiciando a presença de neblina ou nuvem e tornando as imagens poéticas mais obscuras. 

Obscuridade, aliás, é uma forte característica simbolista: a realidade é revelada de uma forma imprecisa e vaga. Não há a preocupação de nomear os objetos, e sim evocá-los, sugeri-los. É o emprego do símbolo, que liga o abstrato ao concreto, o material ao irreal. Servindo como ponte entre o homem e as coisas, o símbolo preserva o domínio da intuição sobre a razão, bem como a exaltação das forças espirituais e místicas que regem o universo, contrária ao Cientificismo, ao Positivismo e ao materialismo naturalista e parnasiano. É o culto ao sonho, ao desconhecido, à fantasia e à imaginação, numa busca pela essência do ser humano, com todos os seus mistérios, seu dualismo (espírito e matéria) e seu destino frente à vida e à morte. 

A poesia, então, ganha o tom subjetivista que a aproxima muito do movimento romântico, disposto a explorar e sentir tudo o que há entre a alma e a carne, entre o céu e a terra. O poeta se entrega muitas vezes ao seu inconsciente e ao subconsciente para estar mais próximo dos segredos que ligam o homem a Deus. Esse caminho, por vezes alucinado, leva ao isolamento, à solidão, à loucura e à alienação, evidenciando um clima mais pessimista, mórbido e algumas vezes satânico. Rompendo com a linearidade do texto, dando voz ao fluxo da consciência e trabalhando de forma mais desarticulada a palavra e seu significado, o Simbolismo antecipa características que seriam marcantes dentro do Modernismo.

Como os simbolistas têm maior interesse pelo particular e o individual do que pela visão mais generalizada, dão ênfase ao imaginário e à fantasia. Para interpretar a realidade, os simbolistas se valem da intuição e não da razão ou da lógica. Preferem o vago, o indefinido ou o impreciso. Por isso, gostam tanto de palavras como: névoa, neblina, bruma, vaporosa: é o transcendentalismo. 

No Brasil, o movimento simbolista não alcançou o êxito obtido na Europa, devido ao forte predomínio das tendências parnasianas em nossa literatura. Entre os poetas simbolistas, destacam-se as obras de 
Cruz e Sousa, autor de nossa primeira obra simbolista Missal e Broquéis e Alphonsus de Guimaraens, o mais místico de nosso poetas.

Nesse contexto, há ainda 
Pedro Kilkerry, poeta baiano, que ganhou reconhecimento recente através de um dos focos da teses de doutorado da Profª. Drª. Dalila Cordeiro Machado, que citou o poeta e o fixou como um dos tópicos de análise.

Entrevista



Entrevista com Cruz e Sousa

Repórter: Onde você nasceu?
Cruz e Souza: Santa Catarina
Repórter: Como é formada sua família?
Cruz e Souza: sou filho de ex-escravos. Casado com uma maravilha mulher que sofre por doença mental e quatro filhos, onde dois morreram muito cedo.
Repórter: Imagino que não deve ser fácil sua vida, estou certo?
Cruz e Souza: Sim. Tenho uma vida marcada por humilhação, preconceito, pobreza e doenças.
Repórter: O senhor tenta reproduzir o que em suas obras?
Cruz e Souza: Deixo transparecer certa preocupação social ao tratar da situação que sofro na pele, e dos negros no Brasil. Entretanto, não me preocupo com denuncias nas minhas obras, apena sugiro que a solução é a fuga ou a busca pelo místico, pelo espiritual.
Repórter: como é a linguagem em suas obras?
Cruz e Souza: exuberante e riquíssima utilizo conscientemente da camada sonora das palavras e obtendo dons efeitos fônicos e grande musicalidade, sobretudo nos poemas longos.
Repórter: Quais suas obras publicadas?
Cruz e Souza: Missal (poema em prosa) e Broqueis (poesias).


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Simbolismo: oposição ao realismo


Os simbolistas tinham maior interesse pelo individualismo do que por uma visão mais abrangente.  A visão objetiva da realidade não desperta mais interesse, e, sim, está focalizada sob o ponto de vista de um único indivíduo. Dessa forma, é uma poesia mais romântica, com um pensamento mais subjetivista, porém, mais do que voltar-se para o coração, os simbolistas procuram refletir sobre o seu intimo, e deste modo tentar entender a si mesmo.                                                                                                    Com isso, percebe-se que a literatura de cada texto variava de autor para autor. Os simbolistas davam ênfase no imaginário e na fantasia. Para interpretar a realidade, os simbolistas se valem da intuição e não da razão ou da lógica. Preferem o vago, o indefinido ou impreciso. Tal característica simbolista, que trouce a ideia de ficção cientifica para os tempos atuais, no qual os autores de filmes e livros inserem em suas histórias, irrealidades, pensamentos mitológicos, entre outros fatos que ao ler ou ver em detalhes nos lembra de muito os textos simbólicos daquela época. 
  O simbolismo é um movimento muito importante, pois, permite que a pessoa não esteja presa a realidade e sim possa experimentar o mundo em que ela desejar .